Apesar de ainda contar com o apoio de cerca de 30% dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro já vê parte de seus apoiadores questionarem algumas de suas medidas. A forma como minimiza a pandemia do novo coronavírus, sua aproximação com os partidos do Centrão e a recriação do Ministério das Comunicações geraram críticas de antigos aliados.
Para a advogada Vera Chemim, especialista em Direito Constitucional ouvida pelo Correio Braziliense, Bolsonaro queima a própria popularidade não apenas com ações que decepcionam eleitores e provocam animosidade entre os aliados. As frequentes mudanças de ministros em áreas estratégicas têm provocado, segundo ela, a descontinuidade de políticas públicas e o aumento da incerteza dos agentes políticos e econômicos.
“Somada a essa conjuntura desequilibrada no seio do Poder Executivo, o presidente provoca conflitos institucionais sérios com o Poder Legislativo e Judiciário. Ele acrescentou mais um dissabor à sua lista, ao ignorar e desprezar a crise sanitária do país. O resultado de tal omissão foi o agravamento progressivo da pandemia, além de ter adquirido fortes nuances de politização da parte de estados e municípios”, analisa.
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil