A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis para investigar a existência de suposta organização criminosa que teria atuado numa tentativa de golpe de Estado. Ao todo, foram 48 mandados judiciais, quatro deles de prisão. Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno; o ex-ministro da Casa Civil general Braga Netto e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Na decisão em que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou trecho de relatório policial segundo o qual o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu de um assessor direto uma minuta de decreto “para executar um golpe de Estado”. O ministro determinou que a PF apreenda o passaporte de Bolsonaro.
A PF aponta, ao todo, seis núcleos, que atuaram na tentativa de golpe de Estado e de ataque ao Estado Democrático de Direito: o de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; o de incitação ao golpe entre militares; o de atuação jurídica; o de coordenação de ações de apoio operacional; o de inteligência paralela, e o de oficiais de alta patente que legitimavam todas as ações.
Todas as medidas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes foram avalizadas pelo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, que em parecer frisou que os envolvidos, conforme sistematizado pela PF, “visavam, na prática, a reversão do resultado das eleições presidenciais de 2022, de modo a impedir a posse do candidato eleito e, assim, manter o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro no poder”.
Com informações da Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil