A batalha judicial do ex-casal Johnny Depp e Amber Heard, que mobilizou a mídia americana, chegou ao fim nesta quarta-feira (1). Depp pedia indenização de US$ 50 milhões por conta de um artigo escrito pela ex-companheira para o jornal “Washington Post”, em que ela falava sobre relacionamento abusivo. Amber, por sua vez, pleiteava indenização de US$ 100 milhões, alegando ter sofrido violência doméstica, de ordem física e psicológica.
Ao final do processo, Amber foi condenada a pagar US$ 15 milhões a Depp. O valor foi reduzido para US$ 10 milhões para cumprir o teto máximo para indenizações de caráter punitivo na Virgínia. O ator também foi condenado a pagar US$ 2 milhões de indenização para Amber por difamação.
De acordo com o advogado Francisco Gomes Junior, presidente da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais), a briga judicial foi um contrassenso no mundo atual em que todos visam preservar sua privacidade e intimidade. “Ao longo de meses, o ex-casal expôs-se mutuamente, revelando detalhes íntimos que ferem a reputação um do outro. Amber revelou que Depp a agredia com frequência, inclusive impondo violência sexual a ela. Depp, por sua vez, acusou Amber de difamação e danos a sua imagem que o levou a perder trabalhos importantes, como o seu papel no próximo filme da franquia ‘Piratas do Caribe’. E ambos saíram expostos como um casal que consumia drogas e promovia festas que descambavam para orgias. Em resumo, expuseram a intimidade e tiveram a imagem prejudicada”, analisa.
“Tecnicamente, o júri entendeu que as acusações de abusividade feitas por Amber não foram comprovadas e que ela deve indenizar Depp por danos compensatórios (a perda de trabalho que ele teve) e danos punitivos (uma sanção pelas falsas acusações). Já Depp deverá pagar U$ 2 milhões por ter difamado Heard, sob a falsa acusação de que ela teria enganado policiais. Não me parece que o caso tenha um vencedor absoluto. Tenho a impressão que ambos devem ter percebido que armaram uma arapuca para si mesmos”, conclui o advogado.
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