O ITCN (Instituto de Estudos Estratégicos de Tecnologia e Ciclo de Numerário) promove nesta quinta-feira (14), às 10h, o webinar “Mulheres negras e o direito à vida econômica sustentável”, com a participação especial da professora universitária e advogada Waleska Miguel Batista (foto). Mestra em Sustentabilidade pela PUC-Campinas, Waleska Batista integra o Grupo de Pesquisa Estado e Direito no Pensamento Social Brasileiro (CNPq) e o grupo Class-Duke sobre o estudo comparado das ações afirmativas no Brasil e Estados Unidos. Com transmissão ao vivo pelo canal do ITCN no Youtube (https://bit.ly/3nTD72B), a live será mediada pelas advogadas Mariana Chaimovich e Thaís Zappelini, respectivamente legal advisor e consultora de Relações Governamentais do ITCN.
O encontro discutirá os reflexos, na vida econômica das brasileiras afrodescendentes, da discriminação racial e de gênero que persiste em todas as relações sociais. Dentre outros aspectos serão analisados o motivo de as mulheres negras serem alvo de violências; o destino do dinheiro das mulheres negras empreendedoras, a relação empreendedorismo e as chefes de famílias.
“No Brasil, 56% da população é autodeclarada negra, segundo o IBGE. Porém, este grupo representa os piores índices de acesso aos direitos e garantias constitucionais. De acordo com o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades, da USP (Made/USP), em 2021, 1% dos homens brancos — totalizando 705 mil pessoas, equivalente a apenas 0,57% da população brasileira — que ocupam o topo dos mais ricos do país receberam mais que todas 32,7 milhões de mulheres negras no Brasil — que representam 26% dos adultos. Enquanto as mulheres negras têm renda média de R$ 1.691,45, esses 705 mil homens recebem, em média, R$ 114.944,50”, adianta Waleska Batista.
Por outro lado, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnadc) apontou que a força de trabalho feminina contava no terceiro trimestre de 2021 com 1.106 mil mulheres a menos do que no mesmo trimestre de 2019, ou seja, caiu de 47.504 mil para 46.398 mil. “Isto significa que parcela expressiva de trabalhadoras saiu do mercado de trabalho durante a pandemia e ainda não havia retornado em 2021. A redução entre as negras na força de trabalho foi de 925 mil mulheres no período, contra apenas 189 mil não negras. Estes dados revelam a razão de as mulheres negras terem mais dificuldade no acesso à moradia e consumo de bens e serviços”, destaca Waleska Batista.