Os investimentos em startups vêm diminuindo em 2022. Muitos “unicórnios”, as empresas que alcançaram valor de mercado de US$ 1 bilhão, anunciaram recentemente várias demissões.
Para especialistas ouvidos por LexLatin, as incertezas atuais vivenciadas pelo mercado, em função da guerra entre Rússia e Ucrânia, e o aumento da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (FED), o Banco Central dos Estados Unidos, promovem um cenário de inflação generalizada e sinalizam a necessidade de cautela.
“Isso promove a fuga de capitais eventualmente aplicados em países emergentes, tradicionalmente de maior risco, que por sua vez retornam às economias dos países centrais, cuja aplicação é redirecionada a investimentos de baixo risco, atualmente com melhor rentabilidade, justamente devido ao aumento na taxa básica de juros”, afirma Victor Hugo Brito, sócio de Direito Societário e Compliance do BBL Advogados.
O advogado Hélio João Pepe, sócio do SGMP Advogados, destaca que juros altos são “destrutivos” para a capacidade de financiamento de startups.
“Quando analisa a viabilidade de investimento, tão necessário para o universo das startups, o investidor analisa o potencial de retorno e se essa oportunidade justifica o risco. Desse modo, juros altos, que estão sendo mundialmente elevados para conter o excesso de liquidez são altamente destrutivos para o ambiente de financiamento de startups”, avalia Pepe.
Brito recomenda ainda o “aperfeiçoamento da governança corporativa da startup”. “Com o mapeamento dos processos internos e otimização dos custos, o investidor consegue projetar seus riscos de forma mais segura e assim a startup consegue incrementar o chamado valuation, o valor de mercado”, diz.