Há cerca de cinco meses, o presidente Jair Bolsonaro começou a mudar sua interlocução com o Congresso Nacional em busca de um apoio mais consolidado.
Segundo reportagem do Correio Braziliense, a articulação do governo com deputados e senadores não tem poupado nem mesmo os representantes da oposição.
O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável por fazer a ponte do Executivo com o Legislativo, ligaria até mesmo para congressistas da esquerda, de acordo com a apuração.
Ao jornal, a advogada Vera Chemim, mestre em direito público administrativo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avaliou que a mudança radical de conduta do presidente sinaliza para uma estratégia de médio prazo, no sentido de minimizar os conflitos institucionais. Segundo ela, a ideia é angariar simpatia dos líderes das duas Casas do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Bolsonaro viu-se obrigado a se tornar o político que agrada aos caciques que já deitaram raízes em seus respectivos estados. O presidente precisa estreitar laços com os velhos políticos, visando, desde já, dois objetivos igualmente importantes e sobretudo sensíveis: a necessidade de evitar a aprovação de um possível pedido de impeachment e angariar o seu apoio para a futura campanha eleitoral de 2022, quando pretende ser reeleito”, disse.
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil