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Golpe da pirâmide financeira ainda faz muitas vítimas

Promessas de altos ganhos e garantias de retornos rápidos são algumas das características

23 de maio de 2022

Promessas de rentabilidade atraente, lucros altos e garantias de retornos rápidos e acima da média do mercado vêm atraindo cada vez mais pessoas em falsos investimentos de pirâmides financeiras que, na verdade, nada mais são do que um golpe. Estas, de acordo com o administrador André Massaro, coordenador do Grupo de Excelência em Administração Financeira – GEAF, do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, muitas vezes são disfarçadas por seus autores de investimentos, vendas diretas ou arranjos comerciais e prometem uma remuneração alta para os investidores que aderirem ao esquema e, ainda, levarem mais pessoas para o modelo de negócio.

“Já houve algumas pirâmides famosas de serviço de telefonia, de alarme de carro, cosméticos, produtos de limpeza, entre outras. Quando a pirâmide é baseada em produtos, eles viram um veículo para o investidor transferir dinheiro entre os níveis. Um exemplo hipotético é a pirâmide disfarçada de um esquema de vendas diretas de cosméticos. A pessoa tem que comprar os produtos para revender e os acumula em casa. Na prática, a maioria das pessoas nem consegue vender esses cosméticos e pagam caríssimo. É algo um pouco contrassenso, pois nas vendas diretas o preço é mais caro do que em farmácias e supermercados. O valor é maior exatamente porque o produto é um mero veículo para transferência de dinheiro dos níveis mais baixos da pirâmide para os mais altos”, explica Massaro.

Para Massaro, existem várias formas de identificar se o convite para aderir à pirâmide é um golpe. A primeira delas é analisar o tamanho da promessa. Para exemplificar, ele cita a pirâmide que se apresenta como oportunidade de investimentos, que tipicamente acena com possibilidades de retorno. No entanto, no mundo dos investimentos, seja em um banco ou uma corretora de valores, não há promessa de retorno de valores. Afinal, as restrições regulatórias do mercado financeiro não permitem que se fale nisso.

Ainda de acordo com o especialista, caso a pessoa caia em um desses golpes, vale recorrer às autoridades, mas é preciso ter ciência que é difícil resgatar o valor investido, uma vez que a maioria das pirâmides é criada por quadrilhas especializadas, que já têm meios de ocultar esse dinheiro enviando-o para fora do Brasil. Com isso, as chances são remotas.

“Lamentavelmente, a história mostra que a maioria das pessoas envolvidas em pirâmide não recupera o dinheiro, uma vez que as chances de perdas são muito grandes. É possível tentar entrar com um processo contra a empresa que fez a pirâmide, mas como essas organizações são mal intencionadas desde o início, quando o esquema explode elas desmontam tudo e, daqui cinco anos, voltam com outro nome”, conclui Massaro.

 

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