Pesquisa Datafolha publicada na semana passada mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da corrida eleitoral para a Presidência. O petista alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Jair Bolsonaro.
Distantes, em um segundo pelotão, aparecem o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido), com 7%, o ex-ministro da Integração Ciro Gomes (PDT), com 6%, o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que obtém 3%, e, empatados com 2%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo).
Já num eventual segundo turno contra o atual presidente, Lula levaria ampla vantagem, com uma margem de 55% a 32%.
Apesar da forte polarização, a especialista em Direito Constitucional Vera Chemim disse ao Correio Braziliense que ainda há tempo para a busca por uma terceira via. Ela entende que esse candidato, além de neutralizar a polarização, precisará acenar para um projeto político, econômico e social capaz de alavancar o desenvolvimento do país. Ela considera que a chegada desse jogador na briga ainda pode acontecer. “É possível, sim, a entrada mesmo que tardia de um terceiro jogador, a despeito do pouco tempo”.
Ainda segundo Chemim, um dos fatores que contribuirão para o fortalecimento de uma terceira candidatura é a exaustão da sociedade quanto à polarização ideológica. “O cenário ainda se encontra embaralhado, sem qualquer definição sobre o perfil que deverá conquistar o eleitorado brasileiro. Mas não se descarta uma alternativa de última hora, que reúna carisma, popularidade e, sobretudo, retidão de caráter e credibilidade perante a opinião pública. Essas, sem dúvida, serão as características que serão cobradas para o futuro presidente do país”, conclui.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil