O iFood e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) celebraram um acordo em fevereiro para que o aplicativo limitasse seus contratos de exclusividade com restaurantes.
Pela nova regra, no máximo, 25% do volume de vendas no iFood poderão estar atrelados a restaurantes exclusivos — aqueles que vendem apenas pela plataforma e não usam aplicativos concorrentes.
Assim, desde o início de outubro, o iFood acabou com a exclusividade de restaurantes com mais de 30 lojas. Com o fim do domínio da plataforma no setor de alimentos, muitas dúvidas surgiram. A seguir, alguns esclarecimentos:
Como o iFood dominou o mercado de delivery?
O iFood sempre incentivou uma relação de troca com grandes redes de restaurantes. Estabelecimentos parceiros se comprometiam a não disponibilizar sua operação de delivery em outras plataformas e, em troca, recebiam investimentos do iFood e condições comerciais diferenciadas. Concorrentes da plataforma, porém, apontaram concorrência desleal nesse tipo de atividade. A Rappi então liderou uma ação no Cade, juntamente com mais de 40 empresas e associações do setor, contra o iFood.
O que muda com a decisão do Cade?
O iFood terá de manter o seu volume de vendas atrelado a parceiros exclusivos em 25% ao nível nacional. Em cidades com mais de 500 mil habitantes, o aplicativo não poderá ter mais de 8% de seus parceiros exclusivos.
Grandes redes de restaurantes que detenham em seu número mais de 30 estabelecimentos não poderão ter contrato de exclusividade.
Além disso, para ter exclusividade, o Cade colocou um prazo máximo de 24 meses para os contratos, mas há exceções, de acordo com o desempenho do app em cada restaurante.
Qual a opinião do iFood sobre a limitação determinada pelo Cade?
Em fevereiro, Arnaldo Bertolaccini, vice-presidente de restaurantes do iFood, disse que os termos terão impacto relevante nos negócios da plataforma. Afirmou, porém, que a equipe está totalmente dedicada para que ele seja atendido dentro do prazo e das condições estabelecidas.
“É importante ressaltar que os contratos de exclusividade não são ilegais. O que precisamos são regras claras para toda a indústria. Os restaurantes disseram ao Cade que preferem o iFood pela qualidade do serviço, da plataforma e do atendimento que prestamo”, comentou, em posicionamento publicado pela companhia.
“Ao mesmo tempo, o iFood expande o mercado. Os contratos de exclusividade servem para equilibrar as contas do investimento que fazemos para atrair clientes para o setor de delivery, algo que beneficia até mesmo os nossos concorrentes”, concluiu.
Fontes:
https://www.news.ifood.com.br/acordo-com-cade-sobre-pratica-de-exclusividade-com-restaurantes/