O presidente Jair Bolsonaro rebateu, na última terça-feira (10), declaração do presidente eleito americano, Joe Biden, que afirmou em debate que o Brasil sofreria sanções econômicas caso não houvesse uma ação para frear o desmatamento e as queimadas na Amazônia.
“Assistimos, há pouco, um grande candidato a chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto (Araújo, ministro das Relações Exteriores)? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem”, disse Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto.
Segundo reportagem do Correio Braziliense, a declaração provocou desconforto na ala militar do governo. Ainda de acordo com apuração do jornal, a visão é que o chefe do Executivo exagerou ao falar sobre utilização de “pólvora” contra o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, ainda que ele não tenha citado nominalmente o norte-americano.
Para Maristela Basso, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo (USP), a resposta de Bolsonaro a Biden foi péssima no âmbito da diplomacia e deixa o país em uma situação de isolamento e de declínio do diálogo.
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil