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Decreto que abria caminho para privatização do SUS é revogado

Parlamentares e sociedade civil se uniram contra proposta

29 de outubro de 2020

Após grande repercussão negativa, o Decreto 10.530, que abria caminho para a privatizações das unidades básicas de saúde (UBS) do SUS, foi revogado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (28).

Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro disse que a repercussão inicial do decreto não foi boa e que a intenção do texto não seria privatizar o sistema público de saúde, mas sim estudar as condições de migração de pacientes para hospitais privados.

Parlamentares, membros da área da saúde e da sociedade civil, no entanto, se uniram contra a proposta desde sua promulgação.

Ao Congresso em Foco, o advogado constitucionalista Adib Abdouni destacou que o texto do decreto era extremamente genérico, uma vez que “qualificação da política de fomento ao setor de atenção primária à saúde” poderia se equiparar também a outras propostas dentro de parcerias público-privadas já existente, como as Organizações Sociais de Saúde (OSS).

Ainda segundo Abdouni, o texto buscava criar um cenário favorável à privatização de unidades básicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sob a afirmativa de se imprimir ao sistema de saúde, modernização e melhora da operação.

“A proposta se expõe à vício de inconstitucionalidade intransponível, pois as unidades básicas de saúde exigem estruturação, manutenção e execução que, por expressa previsão constitucional, competem ao poder público”, disse.

 

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