Os pedidos de recuperação judicial cresceram 68,6% em maio na comparação com abril, segundo números da Boa Vista Serviços. Especialistas ouvidos pela ConJur apontam que é mais viável recorrer a soluções extrajudiciais para tentar contornar os efeitos da crise.
Roberto Keppler, sócio da Keppler Advogados Associados, acredita que o caminho para empresas em crise nem sempre passa por uma recuperação judicial. “A recuperação exige conhecimento técnico, assessoria especializada e tem custos caros. É um remédio que pode até ser usado, mas com ponderação e não se aplica a pequenas e médias empresas”, comenta.
Keppler lembra que existe uma tendência até do Judiciário de evitar a recuperação judicial com a implementação de ambientes de conciliação e mediação. “O que falta muitas vezes na empresa em uma negociação é demonstrar claramente um diagnóstico claro do que aconteceu com a empresa e um plano sólido para sair da crise”, diz.
Para Domingos Fernando Refinetti, advogado, sócio da área de Recuperação Judicial do escritório WZ Advogados, é preciso que o empresário tenha senso crítico e não adie a resolução dos problemas. “Muitas empresas enxergam a recuperação judicial como uma simples oportunidade de postergar o pagamento de dívidas. Temos que usar essa ferramenta como um mecanismo efetivo de reestruturação de empresas”, explica.