Notícias

MPF entra com ação contra União por crise na Cinemateca

Constitucionalista vê possibilidade de crime de responsabilidade

O Ministério Público Federal ajuizou, nesta quarta-feira (15), ação civil contra a União devido à crise financeira da Cinemateca Brasileira.

Segundo o MPF, o Poder Executivo é responsável pelo “estrangulamento financeiro e abandono administrativo” do órgão, encarregado da preservação e da difusão do acervo audiovisual brasileiro.

O MPF pede, em caráter de urgência, a renovação de contrato com a Acerp, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, até o fim de 2020 —o último contrato vigente terminou em 2019— para a gestão da Cinemateca e execução de seu orçamento de R$ 12,2 milhões.

À Folha, Vera Chemim, advogada constitucionalista e mestre em administração pública pela FGV, explicou como será o processo.

“Para que serve a ação civil pública? Para responsabilizar uma autoridade, um agente público, por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor ou a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico. Este [último] é o caso”, disse.

Segundo Chemim, o fato de haver um orçamento previsto para a instituição agrava a situação, que pode ser entendida como um descumprimento da lei orçamentária, cabendo, eventualmente, até o processo de impeachment ao responsável.

“Essa situação denuncia um flagrante descaso com o patrimônio cultural. A Cinemateca é uma instituição tradicional, O caso está, sim, passível de ser enquadrado em crime de responsabilidade”, afirma.

 

Foto: Cinemateca / Divulgação

Notícias Relacionadas

Notícias

Bancos eliminam quase 80 mil vagas de trabalho

Levantamento do Dieese foi baseado em dados do Caged

Notícias

Especialistas veem contradição em intervenção na Petrobras

Bolsonaro trocou presidência da estatal e cortou impostos