O Brasil ignora a sustentabilidade do meio ambiente e o fomento por uma matriz mais limpa ao implantar medidas de suporte ao sistema energético durante a pandemia de Covid-19. A avaliação faz parte do estudo “Energy Policy Tracker”, do centro de pesquisa canadense International Institute for Sustainable Development (IISD), com apoio de 14 organizações de todo o mundo, entre elas o Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
A análise mostra que, entre o começo da pandemia no início de 2020 até 1º de julho, os países do G20 comprometeram US$ 135 bilhões em combustíveis fósseis, contra US$ 68 bilhões, ou metade dos investimentos, em energia limpa, na criação de estímulos e pacotes de recuperação na economia.
“O Brasil até agora não mostrou nenhuma política com contrapartida ambiental, apenas políticas para apoiar o setor. O apoio ao setor aéreo, por exemplo, foi feito de maneira mais branda”, disse ao O Globo Livi Gerbase, assessora política do Inesc.
Livi afirma ainda que o país deveria aproveitar este momento para discutir uma recuperação mais sustentável, liderando o movimento mundial. No entanto, há pouco interesse para isso.
“Enquanto a União Europeia vem defendendo uma recuperação econômica verde, o Brasil, um dos países mais afetados pelo vírus Sars-Cov-2, demonstra pouco interesse em priorizar a agenda ambiental nos planos de recuperação econômica, estendendo apoio ao setor de combustíveis fósseis”, complementa.
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