Em entrevista ao programa “TRT Entrevista”, organizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, de Mato Grosso, o doutor em direito e membro da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, Antonio Carlos Aguiar, fez uma reflexão de como a tecnologia tem mudado o jeito de trabalhar.
Para Antonio Carlos, a tecnologia tem mudado drasticamente o jeito de trabalhar em praticamente todas as áreas, desde a forma como nos comunicamos e nos conectamos com colegas e clientes, até a maneira como realizamos tarefas cotidianas, como o trabalho remoto e o ensino à distância.
“Antigamente, o trabalho era mais centrado em um local físico, como um escritório, e muitas vezes seguia um modelo mais tradicional, com hierarquias rígidas e processos burocráticos. No entanto, a tecnologia permitiu a ascensão de novos modelos de trabalho, como o home office e a contratação de talentos de qualquer lugar do mundo. Além disso, a tecnologia impactou profundamente as relações trabalhistas e o próprio conceito de trabalho. Hoje em dia, é essencial ter um “mindset digital”, ou seja, estar aberto às mudanças e inovações constantes que a tecnologia traz consigo. Isso inclui não apenas o uso de ferramentas tecnológicas, mas também uma mentalidade empreendedora e adaptável”, disse o advogado.
Conflitos e desafios
Ainda segundo Antonio Carlos, essas mudanças também trazem desafios, como o conflito entre diferentes gerações no ambiente de trabalho. “Enquanto os mais jovens tendem a abraçar mais facilmente as novas tecnologias e formas de trabalho, os mais velhos podem resistir a essas mudanças devido a suas crenças e experiências anteriores. A Justiça do Trabalho desempenha um papel crucial nesse cenário, buscando pacificar as relações trabalhistas por meio da conciliação e mediação. Em vez de focar apenas em litígios e disputas judiciais, a Justiça do Trabalho promove o diálogo e a busca por soluções que sejam satisfatórias para todas as partes envolvidas”, complementou.
Dessa maneira, “a tecnologia tem impactado profundamente o mundo do trabalho, exigindo uma adaptação constante e uma abordagem mais flexível e colaborativa por parte de todos os envolvidos”.